Enigmas para as equipes: Onde e quando colocar novatos nos treinos?
- Marcos Gil
Faltando nove corridas, o tempo está se esgotando para que muitas equipes coloquem no cockpit um piloto que pilotou no máximo dois Grandes Prêmios durante duas sessões de treinos livres nesta temporada. De fato, há várias corridas em que isso é impossível ou indesejável e, além disso, ainda não está claro quem poderá estar ao volante.
Na Fórmula 1, existe a chamada regra do novato, embora a palavra "novato" não seja realmente apropriada aqui. Para se enquadrar na regra, um piloto pode ter disputado no máximo dois Grandes Prêmios, o que visa garantir que novos talentos tenham um gostinho da categoria. Cabe às equipes decidir quando usar esses pilotos, desde que seja duas vezes por temporada. Em teoria, portanto, é possível que o piloto de uma equipe dê lugar ao "novato" duas vezes, enquanto o piloto Y não precisa fazer um único movimento.
Três equipes já cumpriram as regras
Três equipes já cumpriram totalmente a regra em 2023: McLaren, Williams e AlphaTauri. Elas realizaram as duas primeiras sessões de treinos livres da temporada com pilotos que ainda não haviam disputado dois Grandes Prêmios naquela época (Piastri, Sargeant e De Vries). A Ferrari colocou Robert Shwartzman no cockpit de Carlos Sainz em Zandvoort, portanto a Scuderia já cumpriu sua obrigação uma vez. Em uma data posterior, Shwarztman também participará de uma segunda sessão de treinos livres em nome da Ferrari.
Na tarde de terça-feira, foi confirmado que a Aston Martin deixará o piloto reserva Felipe Drugovic fazer a primeira sessão de treinos no circuito de Monza no próximo fim de semana. Mais cedo, a Mercedes anunciou que Frederik Vesti fará o TL1 no México. Ainda não se sabe se ambos os pilotos também terão uma segunda chance, e onde será.
As outras quatro equipes ainda não revelaram quem vai pilotar onde. Nesse aspecto, a Red Bull Racing é particularmente interessante. Normalmente, Liam Lawson seria o piloto designado para completar duas sessões de treinos livres para os austríacos. Mas o neozelandês assumiu o carro da AlphaTauri como substituto de Daniel Ricciardo e é provável que em breve ele tenha pilotado mais de duas corridas.
Nesse caso, o jovem não poderá mais ser usado pela Red Bull para cumprir suas obrigações de novato. O próximo passo óbvio seria a Red Bull dar uma chance a um ou dois homens de seu próprio programa de treinamento, sendo Ayumu Iwasa o principal candidato. Ter o japonês na equipe durante o primeiro treino livre em Suzuka não é apenas perfeito em termos de relações públicas, mas a fornecedora de motores Honda também ficará muito feliz.
Jack Doohan, piloto reserva da Alpine que atua na Fórmula 2, é o principal candidato da equipe francesa para fazer pelo menos uma sessão. Victor Martins, também da F2 e da Alpine Academy, pode ser outra opção. Na Alfa Romeo, Theo Pourchaire provavelmente entrará em cena. Na Haas, é provável que Pietro Fittipaldi fará duas sessões.
Onde o novato pode pilotar?
Há poucos fins de semana de Grande Prêmio em que é óbvio dar ao piloto regular uma hora de folga em favor de um novato. Monza, o próximo fim de semana é uma opção, mas não é o ideal para os pilotos que estão na Fórmula 2. Isso certamente se aplica a Vesti, Pourchaire e Iwasa, que ainda estão disputando o título na categoria. Os treinos livres em um carro de Fórmula 1 podem fazer com que a concentração deles diminua na batalha pelo campeonato. O mesmo pode acontecer com a conclusão do Grande Prêmio de Abu Dhabi.
Além disso, a Fórmula 1 tem mais três finais de semana de Sprint pela frente: no Catar, nos Estados Unidos e no Brasil. Os pilotos regulares não podem abrir mão de seus cockpits durante o único treino livre do fim de semana. Depois, há Las Vegas, um novo Grande Prêmio no calendário, e os pilotos regulares precisarão de cada minuto para conhecer a pista. A corrida de rua em Singapura também não é um bom momento, devido ao maior risco de danos e ao fato de que os pilotos do Grande Prêmio estão ansiosos para se acostumar com a pista exclusiva novamente.
Os demais são os Grandes Prêmios do México (onde Sergio Pérez, sem dúvida, não abrirá mão de seu lugar) e o já mencionado Japão. Em resumo, será um grande quebra-cabeça para as equipes de F1.